Enquanto na cultura ocidental a palavra IMPROVOSAÇÂO é bem-sucedida
e demostra as habilidades e o talento dos músicos, no contexto da música
praticada na indiana, essa palavra é a maior parte do tempo rejeitado.
John Coltrane foi reconhecido no mundo do Jazz tanto por
suas composições que por suas famosas formas de improvisações que marcaram
mudanças na história da música. O Jazz passou por várias fases onde a
improvisação mostrou claramente a sua omnipresença. O Jazz desenvolveu vários
estilos de improvisação e está hoje persistindo descobrindo novos caminhos.
Isso demostra o nível de vitalidade de uma música no ocidente. A música
demostra perdas de vitalidades quando as improvisações não parecem mais
improvisações. Cada forma jazzística deu
nascimento aos vários estilos de improvisação.
As improvisações musicais do bibop,
do middle jazz, do free jazz e da free music, no jazz rock, para nomear apenas
elas, mostram abordagens e regras de improvisação distintas. Essas diferencias marcaram a história de cada
uns deste tipo de música. A improvisação
não é apenas uma particularidade do Jazz. Um número grande de musicas no mundo pratica
a improvisação. Podemos nomear a Pop
music, Rock, Punk, Rap, etc... A mesma
coisa acontece em vários outros tipos de musica, mas também nas músicas
escritas e primitivas. Na música contemporânea e clássica, de acordo com os
compositores, teria um processo de improvisação durante o processo de elaboração
das composições. Mozart era um grande improvisador. Produzia-se em publico improvisando
no piano.
Este link abaixo mostra que os grandes interpretes da música
clássica e barroca utilizem variações. Essas variações na música clássica e
barroca são utilizadas como base para improvisar.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Varia%C3%A7%C3%A3o_(m%C3%BAsica)
Dá para admitir que o homem consegue entrar depende num estado criativo,
improvisando, antes e durante o processo de escritura musical e também durante a
interpretação das composições quando o estilo musical permite.
Na cultura indiana, tanto no sul que no Norte da Índia, não
se fala de improvisação. Grandes nomes da música clássica indiana prefiram não
falar de improvisação e isso por que antes de chegar a um grande nível de
liberdade será necessário decorar muitas frases musicais (tans) que serão utilizadas
durante as interpretações das ragas como substituições e variações de pedaços das
composições, mas também, os tans poderão possuir outras funcionalidades como:
- Facilitar o retorno á composição da raga;
- Marcar o retorno ao Xam (primeiro tempo do taal);
Existem varias utilidades e o músico vai aprender uma grande
quantidade de tans.
Existe uma grande quantidade de tans. Aqueles que estão
começando no Xam (início do ciclo do ritmo; aqueles que vão realizar um ciclo
completo do taal; aqueles que vão percorrer apenas um pedaço do ciclo;
Como cada música do repertório jazz, cada raga da música
clássica indiana possui suas regras. Que os tans e as composições vão ter que
respeitar.
O grande mestre Pandit Nikhil Banerjee disse numa entrevista
de TV indiana que não existe improvisação na música dele. Mas o problema e que
ele não consegue tocar igualmente duas vezes a mesma raga. Existem várias
gravações da mesma raga com tempo de execuções totalmente variáveis. Os ALAP
são diferentes. Como ele está chamando estas diferencias? Estou imaginando que para ele não existem
mistérios quando ele está tocando. Cada frase melódica, cada tan (variação),
cada momento musical no seu cérebro são conhecidos. Não existem muitas
surpresas quando ele está tocando. Ele
está tocando o que ele sabe e o que ele está treinando cada dia, melhorando o
seu desempenho em relação ao mesmo raga. Este conhecimento musical será
interpretado com a sua própria emoção no tempo real, elaborando versões
diferentes não improvisadas. De fato, todo depende do que a gente coloque na
palavra improvisação. Para Pandit Nikhil
Banerjee tocar de uma forma fortuita decidindo cada frase melódica ao longo da
interpretação não pode se chamar improvisação por que são eventos que ele
conheça perfeitamente. Ele reconheça o que ele está tocando como a essência
mesma da raga que ele está tocando. O que ele está tocando não poderia ser
outra coisa então ele não está considerando o seu ato uma improvisação. Mesmo se de repente aparece um evento
imprevisto antes e/ou durante, ele tocará o que ele conheça com apenas emoções
diferentes que mudarão totalmente a maneira de ele tocar o que ele já conheça.
Acho que existe uma similitude com o jazzman que vai cada dia
estudar e trabalhar patterns e exercícios múltiplos para tocar uma escala
dentro do ritmo e da harmonia das composições. O Jazzman decora bastantes
exercícios, frases, passagens subtis de harmonias e poderia dizer um dia que
não existem mais surpresas por que o que ele está tocando é perfeitamente
maduro e sob controle. O que mudará para este músico será a emoção.
Nós seus exercícios quotidianos, o músico de música clássica
indiano vai inventar mais e mais exercícios que vão misturar ritmos,
substituições de notas, de frases, elaborar thirai (repetições de frases
complexas, praticar exercícios de efeitos sonoros (Isso existe também no jazz),
etc, refinando e aumentando as suas possibilidades de variações dentre da raga.
Enquanto o jazzman estará falando de
trabalho preparatório para obter mais conforto durante as suas improvisações
alguns músicos indianos estarão falando de estudo detalhado da raga. Um amigo
Jazzman me disse um dia que os exercícios que ele está começando a praticar
hoje vão dar resultados nas suas improvisações só 15 dias depois. Este trabalho
de casa contribuirá plenamente na abertura de uma grande liberdade para improvisar.
A palavra improvisação não é excluído no mundo do jazz e ao contrario ele se
apresentando como um objetivo. Na TV indiana o Pandit Nikhil Banerjee falou
claramente que nada do que ele está tocando é improvisado.
Par contra,
outros mestres da música clássica indiana como Rakesh Chaurasia, Sakir,
Rajendra Prasanna, para enumerar apenas eles, estão transcendendo este
paradismo da maioria dos mestres indianos para criar ao vivo como algumas
escola de jazz. Estou convidando agora a ouvir
este concerto do Rakesh. É excepcional e está superando todos os aspectos
da tradição e da modernidade. Banir a palavra improvisação seria um crime
cultural depois de ouvir estes dois grandes músicos. https://www.youtube.com/watch?v=wWJRwz7oBb4
Resumo: Tudo
depende do que a gente coloque na palavra improvisação. O universo da música
indiana permite aprender tantas coisas de forma respetivas e de coro que muitas
prefiram adotar a convenção de não utilizar a palavra improvisação. Em contra parti outros músicos indianos brilhantes
irão além destas convenções, criarão em direto como na pratica das grandes
escolas de jazz e oferecerão as suas habilidades emocionais como no mundo do
jazz.
Jean Christophe Paramatma,